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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Meu modelo de mulher

Aproveitando o post anterior:
http://luxsalus.blogspot.com/2008/11/bons-tempos.html
vou comentar sobre o que e como me senti naquela ocasião e o que resultou para a minha vida até hoje. Então, a partir do trecho: "A moça meio sem jeito, foi soltando minha mão e eu tentando segurar a dela..." posso afirmar  que me senti  frustrado; como se me tivessem tirado um doce muito gostoso ou um brinquedo que eu muito apreciava; foi terrível.  Nos dias que se seguiram, sempre que podia ia para frente da nossa casa, para ver se conseguia encontrar aquela mulher que tanto me marcou. Próximo,  também havia outra residência na qual o proprietário criava tartarugas e, um dia, uma delas  estava na calçada e então fomos devolver; eu fiquei ansioso, feliz e mais um monte de coisas, até descobrir que não era a casa dela... fato é que nunca mais a ví. Há alguns anos atrás viajei ao norte do estado e passei rapidamente por Rolândia e pela avenida onde morava que era uma das principais e, engraçado, bateu forte a esperança de encontrá-la... loucura! Não me lembro mais do seu rosto, mas mesmo que lembrasse, na ocasião ela deveria estar com cinquenta e poucos anos e com certeza, muito diferente da moça de dezenove...
Você deve estar se perguntando: Que influência pode ter tido uma mulher de 19 sobre uma criança de seis anos, a ponto de ter tanto valor ainda hoje, passados mais de quarenta anos?
Simples: ela foi e continua sendo o tipo de mulher ideal para mim. Ela, com todo carinho e meiguice, amorosamente se mostrou a mim, e formou o modelo que eu buscaria pelo resto da minha vida, assim como, também me fez olhar de maneira diferente para as mulheres; me fez olhar com carinho, respeito e muita admiração.
Ainda tenho esperanças de um dia encontrá-la, afinal estou escrevendo este post e nada neste mundo é por acaso! Quem sabe...

Bons Tempos...

Enquanto vou curtindo  um pouco de jazz, vou pensando em  tudo que nos faz, as vezes, tristes, pensativos, outras alegres e de bem com a vida.
É fato que o mundo gira e tudo muda e assim também nosso humor, nos fazendo rever, momento a momento, tudo que fizemos.
E, por segundos retorno à minha infância, uma época em que a vida fluía deliciosamente. Época em que pela primeira vez fui a um cinema assistir a um filme para adultos - eu tinha  cinco, seis anos e fui com meus avós - o título do filme não me recordo mas o procuro até hoje; há algumas cenas que permaneceram na minha memória e quando encontrá-lo vou me lembrar, com certeza. Naquela época (1959/1960) moravamos em Rolândia, norte do Paraná; e uma das músicas que faziam sucesso e que se escutava nos cinemas antes de começar a sessão, era Autumn Leaves, rearranjo de 1955 de Roger Williams, da francesa Les Feuilles Mortes, criada em 1945 para o filme Les Portes de la Nuit.
Essa musica me acompanha até hoje; tenho gravadas pelo menos seis versões, que escuto com freqüência.
Nessa época,  também recebi o meu primeiro pedido de namoro de uma mulher: eu tinha 6 anos e ela 19; morava próximo à nossa casa e ela mais algumas moças  iam  com meus pais ao cinema e recordo que pouco antes de saírem, acabou a energia e ela segurou minha mão e disse à minha mãe: -  Agora estamos namorando!  Minha mãe, ciumenta que só ela ,já replicou:  Não né meu filho, é muito novo ainda! Nunca recebi uma "porrada" tão violenta quanto essa. A moça meio sem jeito, foi soltando minha mão e eu tentando segurar a dela... - nunca façam isso com um filho de vocês. O que lembro era a beleza dela e das suas mãos, que eram macias, bonitas... que lástima quando se quebra o sonho de uma criança, pois muito permanece.
Ainda nessa época, também pela primeira vez, fui a um baile no Country Club, com meus pais e amigos deles e consigo lembrar de uma determinada hora em que, cansado deitei minha cabeça sobre a mesa e escutando uma orquestra maravilhosa, dormi ao ritmo de uma rumba... bons tempos!