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sábado, 28 de março de 2009

Sem Deixar para Amanhã

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"A morte nos ensina a transitoriedade de todas as coisas."
Leo Buscaglia

A vida sempre surpreende. Ou talvez se deva dizer que a morte surpreende a vida? Afinal, ela sempre aparece em momento inoportuno.
 
Quando estamos para nos aposentar e gozar do que consideramos um merecido descanso. Ou quando estamos nos preparando para o casamento.
 
Ou, ainda, quando acabamos de passar por um concurso que nos garantiria uma carreira de sucesso.
 
Por isso mesmo, nunca devemos deixar para amanhã as declarações de afeto.
 
Por vezes, tivemos um professor que nos influenciou muito e realmente deu sentido, propósito e direção à nossa vida. Entretanto, nunca reservamos um tempo para lhe agradecer.
 
De repente, ele morre e ficamos a pensar: "meu Deus, ao menos eu deveria lhe ter escrito uma carta."
 
De outras, brigamos com alguém e punimos a pessoa com nosso silêncio. Passam-se os dias, os meses, os anos.
 
E continuamos com a punição. Aí a pessoa morre.
 
O que acontece? Quase sempre o remorso nos alcança e começamos a cogitar: "eu devia ter falado com ela."
 
Para compensar a nossa culpa, vamos à floricultura e compramos muitas flores, para enfeitar o caixão, a sala mortuária, o túmulo.
 
Teria sido muito mais compensador ter comprado algumas flores antes, um pequeno ramalhete e ter tentado fazer as pazes. Reatar a afeição.
 
É até possível que a pessoa rejeitasse as flores, as jogasse no chão. E nos desse as costas. Mas, então, o problema não seria mais nosso, mas exclusivamente dela.
 
Um dos exemplos mais comoventes a respeito do arrependimento por deixar para depois, nos vem de uma carta escrita por uma jovem americana ao namorado.
 
É mais ou menos assim: "lembra-se do dia em que eu pedi emprestado seu carro novo e o amassei?
 
Achei que você ia me matar, mas você não me matou.
 
Lembra-se de quando eu o arrastei para ir à praia, e você disse que ia chover, e choveu?
 
Pensei que você fosse dizer: ‘eu não a avisei?’, mas você não falou.
 
Lembra-se da época em que eu paquerava todos os rapazes para lhe fazer ciúmes, e você ficava com ciúmes?
 
Achei que você fosse me deixar, mas você não me deixou.
 
E quando deixei cair torta de amora nas suas calças novas?
 
Pensei que você nunca mais fosse olhar para mim, mas isso não aconteceu.
 
E quando me esqueci de lhe dizer que o baile era a rigor, e você apareceu de jeans?
 
Achei que você fosse me bater, mas você não me bateu.
 
Havia tantas coisas que eu queria fazer para você quando você voltasse do Vietnã...
 
Mas você não voltou..."
 
...............
 
Não permitamos que a morte arrebate a chance de dizermos o quanto amamos as pessoas.
 
O quanto elas são importantes para nós. Pode ser uma avó, um irmão, um amigo.
 
Não necessariamente somente pessoas do círculo familiar. Aprendamos a esboçar gestos de amor e a dizer palavras que alimentam a alma do outro.
 
Mesmo que um dia alguém nos tenha dito que não é bom o outro saber que o amamos, porque se aproveitará de nós.
 
Mesmo que outro alguém tenha insinuado que parecemos tolos quando ficamos afirmando a intensidade do nosso amor, da nossa amizade e da nossa ternura.
 
O ser mais perfeito que andou pela Terra, o Mestre Galileu, não temeu demonstrar amor e dizer: "amai-vos como eu vos amei."
 

Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. "O Casulo e a Borboleta", do livro O Túnel e a Luz, de Elisabeth Kübler-Ross, ed. Verus.

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Meus queridos amigos, grato por vocês existirem e compartilharem seu tempo, sua vida, comigo e, também, por me permitirem fazer o mesmo!

Amo a todos vocês!

6 comentários:

  1. Muito lindo este texto, Paulo.
    Fez-me refletir sobre as pessoas que me rodeiam, e especialmente uma ou outra que deixei um desconforto no ar, um assunto mal resolvido, algo mais para ser dito.
    Confesso que depois de ler esse texto tão bem argumentado, ponderei sobre as minhas inquietações pessoais, e concluí que sempre é tempo de resolver o que nos angustia.
    Adorei!
    Beijos!
    Lu

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  2. Eu também, minha querida Luciana!
    Você é uma pessoa muita especial! Nunca esqueça disso!
    Um beijão!

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  3. Ah, Paulo que lindo...
    Mas vc tem razão: a gente vive ignorando a morte e , de repente, ela nos colhe de surpresa...

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  4. É, minha amiga, de vez em quando é bom fazer uma reflexão para ver se tudo está no seu devido lugar!
    Você aqui, por exemplo...rsrsrs
    Bjs!

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  5. Que lindo texto, Paulo! Coincidentemente, ontem morreu minha gatinha Brigitte Bardot Figueiredeo, ela ia completar 15 anos em agosto, não era um ser humano, mas era a minha gata! Estou triste.
    Voltando ao texto, devemos sempre tratar a todos conforme gostaríamos de ser tratados, assim não tem erros nem culpas.
    Beijos, Paulo!

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  6. Se a BB soubesse que tua gatinha se chamava Brigitte Bardot, ia ficar muito feliz... rsrsrs
    Não fique triste; feche os olhos e passe sua mão por sobre ela, como se ela estivesse no teu colo e, com certeza, você a sentirá.
    Beijos, minha querida amiga!

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