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sábado, 6 de junho de 2009

Alzheimer

A  cada 1 minuto de tristeza perdemos a oportunidade  de sermos felizes por 60  segundos.
 
Meu pai  está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda  vida se dizia 'o Infalível'. Logo ele, que um  dia, ao tentar me ensinar matemática, disse  que as minhas orelhas eram tão grandes que batiam  no teto. Logo ele que repetiu, ao longo desses  54 anos de convivência, o nome do músculo do  pescoço que aprendeu quando tinha treze anos e que  nunca mais esqueceu:  esternocleidomastóideo.
O diagnóstico  médico ainda não é conclusivo, mas, para mim,  basta saber que ele esquece o meu nome, mal  anda, toma líquidos de canudinho, não consegue  terminar uma frase, nem controla mais suas  funções fisiológicas, e tem os famosos  delírios paranóicos comuns nas demências tipo  Alzheimer.
Aliás, fico até mais tranqüilo  diante do 'eu não sei ao certo' dos médicos;  prefiro isso ao 'estou absolutamente certo de  que....', frase que me dá arrepios.
E o  que fazer... para evitarmos essas  drogas? Como?
Lendo muito,  escrevendo, buscando a clareza das idéias,  criando novos circuitos neurais que venham a  substituir os afetados pela idade e pela vida  'bandida'.
Meu conselho: é para vocês não  serem infalíveis como o meu pobre pai; não  cheguem ao topo, nunca, pois dali só há um  caminho descer. Inventem novos desafios,  façam palavras cruzadas, forcem a memória, não  só com drogas (não nego a sua eficácia,  principalmente as nootrópicas), mas correndo  atrás dos vazios e lapsos.

Eu não sossego  enquanto não lembro do nome de algum velho  conhecido, ou de uma localidade onde estive há  trinta anos.. Leiam e se  empenhem em entender  o que está escrito, e aprendam outra língua, mesmo  aos sessenta anos.
Coloquem a palavra  FELICIDADE no topo da sua lista de  prioridades: 7 de cada 10 doentes nunca  ligaram para essas 'bobagens' e viveram vidas  medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham  consciência disso.
Mantenha-se  interessado no mundo, nas pessoas, no futuro.  
Invente novas receitas, experimente (não gosta  de ir para a cozinha? Hum... Preocupante).  Lute, lute sempre, por uma causa, por um ideal, pela felicidade. Parodiando Maiakovski, que  disse 'melhor morrer de vodca do que de  tédio', eu digo: melhor morrer lutando o bom  combate do que ter a personalidade roubada  pelo Alzheimer.
Dicas para escapar do  Alzheimer:
Uma descoberta dentro da  Neurociência vem revelar que o cérebro mantém  a capacidade extraordinária de crescer e mudar o  padrão de suas conexões.
Os autores  desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que NEURÓBICA, a 'aeróbica dos  neurônios', é uma nova forma de exercício  cerebral projetada para manter o cérebro ágil e  saudável, criando novos e diferentes padrões  de atividades dos neurônios em seu cérebro.  Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por   rotinas que, apesar de terem a vantagem de  reduzir o esforço intelectual, escondem um  efeito perverso: limitam o cérebro.
Para  contrariar essa tendência, é necessário praticar  exercícios 'cerebrais' que fazem as pessoas  pensarem somente no que estão fazendo,  concentrando-se na tarefa.

O desafio da NEURÓBICA  é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas,  obrigando o cérebro a um trabalho adicional. Tente fazer um teste:
- use o relógio de  pulso no braço direito;
- escove os dentes com  a mão contrária da de costume;
- ande pela casa  de trás para frente; (vi na China o pessoal  treinando isso num parque);
- vista-se de olhos  fechados;
- estimule o paladar, coma coisas  diferentes;
- veja fotos de cabeça para  baixo;
- veja as horas num espelho;
- faça  um novo caminho para ir ao trabalho.
A proposta  é mudar o comportamento rotineiro!
Tente, faça  alguma coisa diferente com seu outro lado e   estimule o seu cérebro. Vale a pena  tentar!
Que tal começar a praticar agora,  trocando o mouse de lado?
Que tal começar agora  enviando esta mensagem, usando o mouse com a mão  esquerda?
FAÇA ESTE TESTE E PASSE ADIANTE PARA  SEUS (SUAS) AMIGOS (AS).
'Critique menos,  trabalhe mais. E, não se esqueça nunca de  agradecer!' Ame  muito e sempre!
Sucesso para  vocês!!

Roberto  Goldkorn 

Psicólogo e escritor

4 comentários:

  1. Paulo, estou que nem tu, de férias no blog (inverno, dá uma preguiça escrever...). Mas não esqueci os amigos. Alzheimer é cruel, é como se outra pessoa tomasse o corpo da que ficou, pois não nos reconhece e não é mais a mesma. É estar morto, vivo. Um colega meu, cuja mãe morreu com Alzheimer, disse que ela vivia exercitando o cérebro, era viciada em palavras cruzadas, lia muito e era professora, tinha que estar sempre atualizada. Ou seja, quanto tem que ser...
    Mas não podemos nos acomodar, qualquer coisa que dizem que evita, não custa fazer.
    Beijos pra ti.

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  2. Olá, minha querida Daniela!
    Aprender a administrar o tempo... ainda não aprendi...rsrsrs... mas é muito bom revê-la; fico feliz!
    Quanto a Alzheimer, creio que somente atividades mentais são insuficientes para evitar, sendo indispensável, o exercicio físico para que ocorra a correta circulação sanguinea. Se você se propor a caminhar 20 minutos diariamente, no formato de exercicio, ou seja, caminhar sem conversar com ninguem e a uma velocidade constante e aliar ao seu dia a dia, atividades de leitura, etc, então sim, creio que o resultado será positivo.
    Que bom ver você!
    Beijos!

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  3. Paulo,
    Tive a experiência (triste por sinal)de ouvir a mãe de uma grande amiga, no início da doença, me dizer que estava sentindo muita vergonha de si mesma por não conseguir mais lembrar coisas e por estar mentalmente tão confusa. Deste dia em diante, a vi embarcando num processo relâmpago de degeneração mental e física, morrendo alguns meses depois. Fico pensando se é realmente eficaz uma prevenção contra este mal através de mudanças de hábitos e práticas de exercícios físicos e mentais? Torço para que sim! Pelo relato do autor do post sobre o Alzheimer no blog, não me pareceu ser o seu pai um homem de pouca atividade mental ou intelectual. E as pessoas que eu conheci e que também foram abatidas pelo mesmo mal, também não eram pessoas inativas intelectualmente. Daí o meu questionamento sobre as causas desta doença tão triste e comovente.
    Beijos,
    Angela

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  4. Angela, querida amiga, imenso prazer em recebê-la aqui.
    Interessantes suas colocações, mas pediria a você que observasse dois fatos muito comuns: pessoas que tem atividade mental e intelectual intensas, normalmente, tem pouco ou quase nenhuma atividade física e pessoas que tem muita atividade física, tem pouca atividade intelectual, mas proporcionalmente, mais intensa que o tipo mental/intelectual. E, entendo eu, ambas são necessárias para reduzir a probabilidade de ficar refém desse mal. Aqui estamos considerando somente o aspecto físico/intelectual dado pela medicina ocidental. Esta semana colocarei outro post, que relaciona doenças com o aspecto espiritual...
    Ainda temos muito que aprender, minha querida amiga.
    Beijos!

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