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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O VÔO DA ÁGUIA


Olho de cima, como se fosse uma águia em pleno vôo;
A aridez da planície com pouca vegetação, reflete o brilho do sol.
A sensação de liberdade é extrema e por isso mesmo, grande é o sentimento de solidão.
O plano de vôo se configura pelo que ocorre no momento; ele mostra o que de mais agudo reverbera em meu interior: um grito, embora silencioso, ecoa no espaço e se faz ensurdecedor.
Atordoado, olho para baixo; a distância, a altura, não se fazem intimidadoras pois o medo é nulo dada à indiferença que ora me permeia.
Planando, sinto o vento que bate na face, como a lembrar-me de onde estou: não piso o chão; estou seguro tão somente por pequenas moléculas de ar que me sustentam no espaço aberto.
Desvio o olhar da extensa planície e olho à frente; ao longe, o horizonte está sempre a frente; por mais que eu tente me aproximar, ele continua distante; na proporção que avanço, ele se afasta...
Ainda indiferente, olho acima e uma luz intensa me cega, lágrimas umidecem minhas pálpebras; por um momento perco meu direcionamento e confuso me debato e então penso: e agora? Que faço? O espaço gira ao meu redor e sem rumo, com o coração batendo rapidamente, fecho os olhos; o silencio se faz agora, verdadeiramente presente e ainda de olhos fechados começo a ver uma luz que aos poucos vai crescendo e se aproximando; vou aos pouco enxergando: cores e matizes diferenciados começam a aparecer; formas incomuns e de singular beleza, agora surgem; à frente, no horizonte, o crepúsculo inicia: é o ocaso da alma, preparando o novo renascer.

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